
Abaixo, sítio arqueológico de Hatusa

Abaixo, o Portal dos Leões em Hatusa

Reconstrução computadorizada da Cidadela Real de Hattusa

Falavam uma língua própria indo-européia a qual transcreviam em hieróglifos próprios e em empréstimos da escrita cuneiforme assíria. Sofreram influência da cultura da Mesopotâmia, como a escrita cuneiforme e deuses dos panteões dos povos vizinhos, e adaptaram essas influências a sua língua e civilização.
Escrita hitita em hieróglifos
Texto hitita cuneiforme
Inicialmente a terra deles era habitada pelos hatitas, "o povo de Hati", aos quais conquistaram. Os Hititas aglutinaram numerosas cidades-estado de culturas muito distintas entre si e chegaram a criar um influente império devido a sua superioridade militar e a sua grande habilidade diplomática, constituindo-se desta forma como a terceira potência no Oriente Médio (junto a Babilônia e ao Egito). Aperfeiçoaram o carro de combate ligeiro, ao qual empregaram com grande êxito; a eles se atribui uma das primeiras utilizações do ferro como objeto de luxo. A economia hitita estava baseada na agricultura e suas técnicas metalúrgicas eram avançadas para a época.
Carro de combate e guerreiros hititas
Representação dos guerreiros hititas num carro bélico

Os reis hititas assentavam seu poder na competência militar. Seu título comum era Tabarna (Grande Rei) e o rei atuava como sumo sacerdote, chefe militar e juiz principal da terra. O reino era administrado por governantes provinciais, geralmente membros da família real, que eram substitutos do rei. Em sua legislação as penas de morte eram reduzidas e quase sempre substituídas por indenizações. Construíram uma das primeiras bibliotecas e eram tolerantes com os povos conquistados em comparação com os cruéis assírios. Os êxitos mais relevantes da civilização hitita se encontram no campo da legislação e da administração da justiça.
Tableta contendo legislação hitita acerca do assassinato
de um mercador dentre outras disposições
A arte e a arquitetura hititas foram influenciadas por praticamente todas as culturas contemporâneas do antigo Oriente Médio e, principalmente, pela cultura babilônica. Apesar disso, os hititas alcançaram certa independência de estilo que assinalaram sua arte distinta. Os materiais de seus edifícios normalmente eram a pedra e o tijolo, embora também usassem colunas de madeira. Os numerosos palácios, templos e fortificações foram com freqüência decorados com relevos estilizados e intrincados, talhados nos muros, portas e entradas. Abaixo, exemplos da cultura hitita:
Reconstrução gráfica de um silo hitita de grãos em Hatusa Rhyton (espécie de cálice) em forma de touro
Deus Sol esculpido numa câmara das muralhas de Hatusa
Discos rituais solares
A religião hitita chegou a ser conhecida como “a religião dos mil de deuses”. Tinha numerosos deuses próprios e outros importados de outras culturas. Os estudiosos encontraram influência suméria, babilônica, assíria, hurrita, luvita e outras estrangeiras no panteão hitita. São de especial interesse alguns poemas épicos que contêm mitos, originalmente hurritas, com motivos babilônicos, entre os quais Teshub, o deus do trovão e da chuva, cujo emblema era um machado e Arinna, a deusa do sol. Outros deuses importantes foram Aserdus (deusa da fertilidade), seu marido Elkunirsa (criador do universo) e Saushka (equivalente hitita a deusa mesopotâmica Ishtar).
O rei era tratado como um escolhido dos deuses e se encarregava dos mais importantes rituais religiosos. Se algo não ia bem no país, podia-se culpá-lo se tivesse cometido o menor erro durante um destes rituais e mesmo os próprios reis participavam desta crença; por exemplo, Mursil II atribuiu uma grande praga que havia devastado o reino hitita aos assassinatos que levaram seu pai ao trono e realizou inúmeros atos para pedir perdão aos deuses.
Representação de doze deuses hititas do submundo
Representação de dois deuses hititas

Templo 1 de Hattusa:reconstrução gráfica e sítio arqueológico


Representação de um rei hitita e da deusa Hattusha

A história do Império Hitita é dividida em quatro períodos: Antigo Reino (c. 1680-1500 a.C.), Reino Intermediário (c. 1500-1400 a.C.), Novo Reino (c. 1400-1177 a.C.) e Período das Cidades-Estado (c. 1193-710 a.C.) quando os hititas já estão enfraquecidos. Em sua extensão máxima, o Império Hitita compreendia a Anatólia, o norte e o oeste da Mesopotâmia até a Palestina. Sua queda data dos séculos XIII-XII a.C. quando das invasões dos Povos do Mar e dos kaskas que levaram ao seu desaparecimento da História.
O Império Hitita em sua máxima extensão
REFERÊNCIAS:
http://es.wikipedia.org/wiki/Historia_de_los_hititas
http://es.wikipedia.org/wiki/Hititas
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_hitita
http://www.shoujohouse.clubedohost.com/Shoujo/hititas.html
http://www.hittites.info/Images/rekonstruktion_koenigsburg_hattusa.jpg http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-hitita/civilizacao-hitita.php
http://www.hattuscha.de/English
É interessante verificar que, sendo a Suméria uma civilização da mesma área geográfica, só se tenha descobeto a civilização hitita no séc. XIX.
ResponderExcluirObrigado, é mt interessante este trabalho. Gostaria de lhe colocar uma questão quanto aos hattitas. Sabe-se qual é a sua verdadeira origem?
ResponderExcluirMinha avo tinha uma biblia testemunha de Jeova e Deus deu a josue toda a terra dos Heteus, não dos hititas. Se Heteu fosse Hitita, o atual Estado de Israel estaria localizado na Turquia, será que os turcos atuais estariam na mesma situação dos palestinos. Deviam por fim a esse equivoco de confundir hititas(arianos) com heteus(semitas).
ResponderExcluirO nome "hitita" vem do "heteu" bíblico (em hebraico hittim). 'Hititas' é apenas um aportuguesamento do inglês 'hittites' que é a forma inglesa para 'hittim'. Portanto as palavras heteu e hitita designam o mesmo povo e tem origem no Antigo Testamento, único testemunho da existência desse povi até o século XIX quando as evidências arqueológicas começaram a ser descobertas. Os hititas/ heteus não constituiram um Estado somente na Anatólia (atual Turquia) e mesmo esse estendeu sua dominação em terras sírias e canaanitas (palestinas) as quais disputaram com o Egito. Após a queda do Império Hitita na Anatólia, vários estados hititas seguiram até os séculos IX/VIII a.C. A presença de hititas em Canaã/Palestina (que é a "terra prometida" e não a Anatólia) é que deu origem a menção bíblica da terra dos heteus, etc. Outrossim os hititas não são arianos, mas como esses, um povo indo-europeu. Abraços!
ExcluirProcure o Livro a Bíblia tinha razão. Nesse livro, o autor aponta o fato dos hititas serem considerado um império cultural influente em todo o crescente fértil a ponto de serem notados pelos hebreus. Eles marcara presença sim nessa região próxima ao Egito e eram seus adversários. Ramsés registra uma guerra aperreada com eles em Canaã.
ExcluirObrigado. O que você diz tem muito sentido.
ResponderExcluirFico feliz de ter contribuído e agradeço por sua participação.
ExcluirParece que o Egito nesta epoca 1200 a.c. estava em decadencia invadido pelos Hicsos, depois pelos Etiopes, tiveram que aceitar gregos em suas costa, foram ameaçados por Nabucodonosor e finalmente conquistado pelos Persas. Na leitura da biblia não se encontra nada disso e os hicsos parecem ter vindo da região palestina para o egito, dando a parecer que os hebreus pelo menos faziam parte dos hicsos. É muita historia para se por em dia e não tenho uma cronologia de tudo isso. Mas tudo indica que o Egito em 1200 já estava em decadencia.
ResponderExcluirComo você salientou é muita história para botar em dia. Tendo o ano de 1200 a.C. como referência podemos afirmar que nesse período a XIX dinastia (que governou o Egito entre 1293 e 1185) estava em decadência após um período de esplendor, mas o Egito estava em paz sob o faraó Seti II. Os Hicsos são de um período anterior (foram expulsos em c. de 1530 a.C.) e Nabucodonosor (II) e os persas são de séculos depois (século VI a.C.). Há muitas hipóteses que versam sobre a relação dos hebreus com os hicsos, mas o período dos hicsos é ainda muito obscuro para se concluir qualquer teoria.
ExcluirO nome espanha vem de uma palavra fenicia que significa remoto ou raro. Será que Iberia significa a mesma coisa significando que as duas iberias ficam em pontos extremos do mundo antigo.
ResponderExcluirA origem dos topônimos Espanha (Hispania) e Ibéria são controversas. Pelo que li, penso que Hispânia (usado pelos romanos) vem do Hispalis (atual cidade de Sevilha) e Ibéria (mais usado pelos gregos) vem do rio Iberus (atual rio Ebro). Evidentemente, que tudo fica no campo da especulação.
ExcluirO Rei Assuero, gostaria de saber sua epoca e seu correspondente historico. Alguns dizem Cambises, outros Xerxes. O que você me diz, confio no seu parecer como no caso dos hititas(heteus).
ResponderExcluirSobre Assuero recomendo ler meu texto (e comentários) sobre o rei persa Xerxes I no blog que dedico a dinastia Aquemênida (http://osaquemenidas.blogspot.com.br/2010/01/xerxes-i-486-465-ac.html)
ExcluirJá li sobre os indo-europeus que invadiram a india cerca de 2000ac, eram povos que localizados na Asia central onde fica paises como o casasquistão. Li tambem que esses povos podem ser tanto nordicos como mediterraneos. Eu pessoalmente sempre usei o termo ariano para todos. porque tecnicamente esse povos chamado ariano na minha opinião não existe mais , mas na qualidade de povos mais antigo seu nome pode ser usado como sinonimo de indo-europeu e o proprio nome indo-europeu pode ser incorreto tambem dando a entender que os vedicos ou dravidas são antepassados de todos esses povos que vão desde Portugal ate a India.
ResponderExcluirUma coisa que acho interessante sobre os indo-europeus é que hoje alguns povos do Oriente Médio como os iranianos que tem uma afinidade muito grande com a cultura árabe, de origem semita, na realidade tem mais afinidade racial com os europeus por causa da origem: os persas e outros povos do planalto iraniano eram indo-europeus.
ExcluirVi um video intitulado a biblia não tinha razão dizendo que no seculo as suposta invasão dos hebreu de Josue, a região palestina era dominio egipcio até um seculo depois. Fica meio dificil encaixar estes povos historicamente na região. Qual seria o momento que acabou o dominio egipcio e começou a era dos reinos independentes na palestina. Ainda tem os hicsos expulsos do egito, no video fala que talvez os hebreus eram parte destes povos. esta dificil entender esta seguencia de eventos, a bibria parece contar uma historia diferente destes acontecimentos. Chega-se a dizer que sacerdotes rudes e ignorantes contavam historias a camponeses mais ignorantes ainda. Talvez quando um pais está começando há 3 mil anos atras, seja normal as coisas nos testos não serem muitos claras. A odisseia de Homero talvez seja um exemplo disso. Dai o nome mitologia grega. Falar em mitologia judaica seria um escandalo. A batalha de Navas de Tolosa em 1212 tem seus exageros à 800 anos atras, então imagine acontecimentos no seculo 12 antes de cristo.
ResponderExcluirBetsabá (Bateseba), mulher do Rei Davi, mãe do Rei Salomão era uma negra cananéia Hitita (Hetéia).Não se esquecendo que o termo indo-europeu refere-se apenas a matéria linguística e não étnica de um povo.
ResponderExcluirBem lembrado a questão linguística. Mas, não há dados disponíveis para se afirmar a etnia de Bate-Seba. O fato dela ser casado com um heteu/hitita não quer dizer que ela era também. poderia ser uma israelita casada com um heteu. No entanto, penso ser isso fato de somenos importância diante da história dela, de Davi, seu marido covardemente assassinado. Para além das etnias, deparamo-nos na história de Bate-Seba com a história de todo ser humano diante de suas escolhas e suas consequências.Os dados disponíveis sobre os hititas não permitem concluir que eles eram de origem africana ou que eram negros pelo que se tem de seus escritos e monumentos.
ExcluirA Bíblia não é um livro de História, mas contém um testemunho histórico crível e corroborado por pesquisas arqueológicas e literárias a parte de sua mensagem teológica.. A Ilíada e a Odisseia a mesma coisa. A cidade de Troia foi encontrada na Turquia no século XIX com indicações da famosa obra de Homero. O problema de muitos historiadores é desconsiderar completamente a Bíblia por causa de sua mensagem religiosa. Não há total acordo entre os arqueólogos sobre a data exata do Êxodo e, portanto, da conquista de Canaã. Existem alguns indícios bíblicos e históricos que parecem apontar o século XIII a.C., e também existem indícios bíblicos e históricos que apontam entre os séculos XV e XIV a.C. O texto bíblico se enquadra mais com estes últimos (c. 1446 -1400 a.C., Êxodo e Peregrinação; c. 1400-1360 a.C., conquista parcial de Canaã realizada sob a liderança de Josué). A Arqueologia tem demonstrado que a cidade de Jericó foi violentamente destruída em torno de 1400 a.C. Esta data se enquadra com a data mais provável para a tomada de Jericó por Josué. As escavações realizadas por John Gargstrang, e posteriores, confirmam que a cidade, por não ser muito grande, levou a alguns moradores a construírem casas entre os muros. E é como diz o texto bíblico: "Ela então os fez descer por uma corda pela janela, porquanto a sua casa estava sobre o muro da cidade, e ela morava sobre o muro", Josué 2.15. As escavações demonstram que a cidade foi violentamente destruída, sendo novamente reconstruída em torno de 860 a.C., o que condiz com o texto bíblico de 1Reis 16.34. No entanto alguns historiadores afirmam que não existiam muralhas na época da conquista de Cananã pelos hebreus porque levam em consideração o outro período apontado pelos estudiosos como também sendo a provável data do Êxodo e da Conquista: o século XIII a.C. Não foram encontrados vestígios que indiquem que nessa época Jericó existia como cidade. Porém, isto não contradiz o texto bíblico, pois este afirma que a cidade de Jericó foi completamente destruída a fogo (Josué 6.24). Se observarmos atentamente as evidências arqueológicas, perceberemos que Jericó ficou sem ser reconstruída cerca de 400 anos, tempo suficiente para que a erosão desaparecesse com os vestígios de ocupação do século XIII. Percebemos, portanto, que mesmo que adotemos a data proposta pela revista ela não contradiz cabalmente o texto bíblico. Mas uma vez a Arqueologia, em vez de condenar o texto bíblico como falso, dá a ele credibilidade!
ResponderExcluirPoderia ser mais objetivo a certos tamas não dizer tanta curiosidade e falar melhor do mais importante mas o restante está ótimo
ResponderExcluirÉ que eu escrevo primeiramente para mim. Grato pela observação.
ExcluirEm 1213 a.c. o dominio egipcio ia até a divisa da turquia atual. Li algumas coisa dando a entender que quando os povos do mar vindo das regiões do mar negro e balcãs destruiram o imperio hitita e limitaram o egito ao rio nilo. Os governadores da palestina antes sujeitos ao Egito, começaram a partir dai á usar mitos locais para legitimar sua posição. A elite dominante veio do Egito, mas não da maneira que contam.
ResponderExcluirGostei muito do texto, me ajudou a entender alguns fatos, estou lendo um mangá(quadrinho japonês) chamado "Anatolia Story" , onde a história se passa na era dos Hititas, e me interessei em saber mais do que conta no mangá, obrigada ^^
ResponderExcluirUm mangá sobre esse período? que sensacional! fico feliz por ter gostado.
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