sexta-feira, 11 de setembro de 2009

MUWATALLI II (1293 – 1271 a.C.) – Parte 1

Ao lado, selo real de Muwatalli II. Seus títulos seriam " Meu Sol ", "Grande Rei" e "Rei de Hati". O nome, provavelmente de origem luvita, significa "conquistador" (ou em hitita = “o poderoso”). Seu nome hurrita foi Sharri-Teshub. Sua mulher foi Tanu-Hepa. Seu irmão era Hattusili (o futuro Rei Hattusili III) que era sacerdote da deusa Saushka e durante o reinado foi governador da Terra Alta hitita e depois foi rei vassalo de Hakpis. Tinha uma irmã, Massanauzzi, que se casou com o rei Masturi de Seha. Sabe-se que teve ao menos dois filhos: Urhi-Teshub, que depois foi seu sucessor (como Rei Mursili III); e Ulmi-Teshub ou Kurunta. Um primo seu, Arma-Tarhunta, filho de Zida (irmão de Shuppiluliuma I), foi governador da Terra Alta Hitita (antecessor no cargo de Hattusili).
Sucedeu a seu pai Mursili II aparentemente sem problemas dinásticos. Muwatalli renovou o Tratado com Talmi-Sarruma de Khalap feito com o pai Mursili II. Talmi-Sarruma foi contemporâneo de Sahurunuwa, rei de Carquemis, filho de Sarri-Kusuh, com o que provavelmente fez o mesmo.
No início do reinado de Muwatalli o sul da Síria do foi conquistado pelo Faraó Seti I (c.1318 -1304, imagem ao lado) que se apoderou de Amurru e Kadesh, territórios que tinham sido perdidos no tempo de Aquenáton e malgrado as tentativas de Tutancâmon e Horemheb os hititas conseguiram conservá-los. Mas Seti não conseguiu manter essa conquista e com certeza fez um tratado reconhecendo a fronteira ao sul de Kadesh.
Muwatalli II fez expedições contra os kaskas em Sadduppa e Dankuwa; certa expedição contra os kaskas foi dirigida também por seu irmão Hattusili, pelo que o Grande Rei o nomeou governador em Pitteyarika, não longe de Samuha, mas não lhe deu as forças militares que Hattusili reclamava. Ainda assim Hattusili atacou os kaskas e derrotou-os nas proximidades de Hahha, onde deixou uma estela comemorativa, devolvendo aos hititas suas terras anteriores. Os chefes kaskas prisioneiros foram enviados para o seu irmão Muwatalli. Esta vitória fez com que Muwatalli o nomeasse chefe da guarda real (o terceiro cargo do Império após o rei e o príncipe-herdeiro) e também o fez como sumo sacerdote do deus das tempestades de Nerik (que era cultuado em Hakpis, porque Nerik permanecia despovoada na zona dominada pelos kaskas) , e nomeou de fato governador da Terra Alta hitita com Samuha, Pitteyarika, Hakpis, Istahara, Tarahna, Hattina e Hanhana como principais cidades, todas à beira dos territórios kaskas.
O antigo governador, Arma-Tarhunta, filho de Zida (irmão de Shuppiluliuma I), ficou relegado a uma posição secundária, da qual não gostou e começou a espalhar rumores sobre Hattusili (acusado de se dedicar à bruxaria) que no final chegaram a Muwatalli , que começou a suspeitar de seu irmão, o qual respondeu acusando a Arma-Tarhunta do mesmo. Sendo assim o Rei os fez passar um teste religioso (a Divina Roda) que Hattusili superou. Arma-Tarhunta foi condenado por bruxaria junto com sua mulher e filhos e as suas terras confiscadas e entregues a Hattusili. A única exceção foi que o Rei declarou inocente a um dos filhos, Sippa-Ziti.
Mas na execução da sentença, por piedade, como Arma-Tarhunta era um familiar e já era velho, e o confisco foi apenas de metade das suas terras, e o acusado, mulher e filhos foram desterrados para Alashiya(Chipre, imagem ao lado). Desde então Hattusili recebeu as forças necessárias e venceu continuamente aos kaskas.
A oeste da Anatólia, Kupanta-Kurunta de Seha foi rei durante mais ou menos todo o reinado de Muwatalli II. Ura-Hattusa foi provavelmente rei de Hapalla. Kupanta-Lamna, filho de Mashuiluwa de Mira-Kuwaliya, descendente dos reis de Arzawa por seu pai e dos reis hititas pela mãe (a mãe era filha de Shuppiluliuma I), sucedeu ao seu pai. Masha sublevou-se e atacou Wilusa, cujo rei, Alaksandu, pediu ajuda a Muwatalli II, que o acudiu e os rebeldes foram derrotados; um novo tratado estabeleceu-se com Alaksandu, que se reconhecia vassalo do Grande Rei. No tratado, o rei disse que teria que ajudar em suas campanhas contra Karkissa, Masha, Lukka e Warsiyalla. Neste tratado se menciona a Mitani como Estado independente. Abaixo, fragmentos do tratado entre Muwatalli II e o reino de Wilusa.


Ahhiyawa e Millawanda permaneciam independentes, a segunda governada por Atpa. Piyama-Radu, um guerreiro possivelmente de Lazba (Lesbos), de onde era o seu avô, que dirigia um contingente de desarraigados de Arzawa, pôs-se a serviço de Ahhiyawa em uma possível luta contra os hititas, e depois se casou com a filha de Atpa. Lesbos era uma dependência do rei de Seha, o qual permanecia leal aos hititas. Ahhiyawa buscou aliados contra os hititas, e, se o rei de Mira e Kuwaliya rejeitaram uma coalizão anti-hitita, o reino de Wilusa, vassalo hitita, aderiu a tal coalizão. Muwatalli enviou um exército para Seha de onde atacou Wilusa. Manapa-Tarhunta de Seha não participou, alegando estar muito doente (de acordo com uma carta teria ficado impedido e provavelmente morreu pouco depois), talvez durante esta doença, Piyama-Radu atacou Lazba onde o seu avô minara a lealdade dos da ilha aos hititas. O Saripu (delegado?) de Seha em Lazba, e o Saripu do Grande Rei hitita na ilha seriam incitados pelo avô de Piyama-Radu a rebelarem-se e acabaram aderindo à causa de Piyama-Radu. O final da historia não se conhece, em todo caso Piyama-Radu, com a ajuda dos reinos de Ahhiyawa e de Millawanda continuou o enfrentamento com os hititas durante bastante tempo. Ao final do reinado aparece como rei de Seha, Masturi, provavelmente um filho de Manapa-Tarhunta II que casou con Massanauzzi, irmã de Muwatalli II. Abaixo, os reinos vassalos ou dominados pelos hititas na Anatólia ocidental.



REFERÊNCIAS:

http://www.hittites.info/history.aspx?text=history/Middle+Late+Empire.htm#Muwatalli2
http://gl.wikipedia.org/wiki/Muwatallis_II

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