sexta-feira, 4 de setembro de 2009

MURSILI II (1317 – 1293 a.C.) - Parte 1

Portava os títulos de "Meu Sol", "Grande Rei", "Rei de Hati" e "Herói". Ao lado, selo real de Mursili II e da Rainha Mal-Nikal. Sua esposa era Gassulawiya cuja morte foi atribuída a uma maldição da rainha-mãe Mal-Nikal, que havia sido exilada. São conhecidos três filhos: Halpa-Sulupi (provavelmente chefe militar desde antes do seu reinado), Muwatalli (herdeiro e futuro hitita) e Hattusili (também futuro rei hitita), o qual após ser curado de certa doença, consagrou-se como sacerdote dos deuses Saushka e Samuha durante todo o reinado de seu pai. A irmã do rei chamada Massanauzzi casou com Masturi, rei de Seha durante o reinado de Muwatalli II.
Quando criança espantou-se com uma tempestade e perdeu a fala recuperando-a e perdendo-a novamente durante um sonho. Foi assistido por médicos de Ahhiyawa e Lazpa (Lesbos). Era devoto da deusa solar Arinna(imagem abaixo). Sendo o menor dos filhos de Shuppiluliuma I, teve que conformar-se com o posto de chefe da Guarda Real, pois seus irmãos mais velhos ocupavam os cargos mais importantes.
Após o assassinato de Zannanza e a morte de seu pai e irmão, Mursili ascendeu ao trono de Hati apoiado por seus irmãos Sarri-Kusuh, rei de Carquemis, e Telipinu, rei de Alepo (Khalap). Sendo assim, Mursili sucedeu seu irmão Arnuwanda II. Por sua juventude e (provável) gagueira, era considerado um rei incapaz de lidar com os desafios do seu tempo (guerras e doenças). Isso levou muitos povos a se rebelarem contra o domínio hitita. A epidemia, que matou seu pai e seu irmão, correu ainda por vinte anos e tanto plebeus como nobres se agarram à religião para escapar da praga. Não obstante tudo isso, mostrou-se um rei muito capaz e poderoso.
Quando de sua ascensão enviou Nuwanza, chefe dos vinhos da corte, para Carquemis para ajudar Piyasilis (Sarri-Kusuh) ameaçado pelos Assírios. Ao oeste reconhece Manapa-Tarhunta I de Seha para garanti-lo como um aliado leal na região contra o reino de Arzawa.
A sua primeira campanha ao cabo de um ano após sua subida ao trono foi contra os kaskas que atacavam a cidade hitita de Turmitta. O Rei destruiu as duas principais cidades kaskas da região: Halila e Dudduska. Chegaram reforços kaskas de outras regiões, mas foram derrotados. Quando voltava para Hattusa, os kaskas de Ishupitta, na Terra Alta, se negaram a pagar os tributos a que estavam obrigados o que fez com que os hititas atacassem e queimassem a cidade. Porém, após sair da região, Ishupitta voltou a rebelar-se. Ao lado, ilustração de guerreiros hititas. No segundo ano, com o seu irmão Sarria-Kusuh protegendo Carquemis contra os assírios pode enviar contingentes à Terra Baixa hitita ameaçada pelos ataques do rei de Arzawa. Também rei pode voltar a fazer campanha contra os kaskas ao norte, na Terra Alta dos Hititas, dirigindo-se à região de Tipiya, que não enviou os tributos exigidos pelo Grande Rei. Sua a principal cidade era Kathaidwa que foi destruída e os hititas fizeram muitos prisioneiros com os quais regressaram à capital; no caminho voltou a combater em Ishupitta, onde novamente obteve a vitória, mas os líderes da revolta, Pazzanna e Nunnuta, antigos vassalos dos hititas, conseguem fugir, e se dirigiram a Palhwisa onde recrutaram contingentes locais, que não foram hábeis inimigos para o exército regular hitita, que os derrotou; o Rei destruiu a cidade pelo fogo após saqueá-la. O exército dos kaskas fugiu; então, o rei dirigiu-se a Istahara onde acampou. Os líderes rebeldes se dirigiram à cidade de Kammamma, e Mursili exigiu que os entregassem ou, caso contrário, destruiria a cidade. Os habitantes de Kammamma tomaram os dois rebeldes e matou-os submetendo-se depois ao Rei Mursili. Isso pacificou o país dos kaskas e o rei passou o inverno em Ankuwa. Ao terceiro ano do reinado de Mursili II, seu irmão o Rei Sarri-Kusuh de Carquemis teve um confronto com a cidade de Huwarsanasa e com outra cidade da qual não conserva o nome;os chefes rebeldes das duas cidades fugiram a Arzawa. Mursili exigiu ao rei Uhha-Ziti a extradição dos rebeldes, o que o rei de Arzawa recusou e ainda quis ofender ao rei hitita chamando-o de rapaz. Arzawa estava aliada com o rei de Ahhiyawa e indiretamente com o rei de Millawanda, controlada por Ahhiyawa. Abaixo, revelo que retrata um ataque da cavalaria hitita.
O rei de Seha, Manapa-Tarhunta I, era nominalmente aliado dos hititas, mas na realidade favorecia o rei de Arzawa. O rei de Hapalla, que se apoderara da metade de Mira e Kuwaliya (Maskhuiluwa manteve o controle da outra metade) era também aliado de Arzawa. Wilusa, quase sempre aliada dos hititas, neste momento, era aliada de Arzawa. Sendo assim quase toda Arzawa (no sentido regional do termo, ou seja, a Anatólia ocidental) estava nas mãos do rei de Arzawa e seus aliados.
Ao não obter satisfação de sua exigência, o Mursili II enviou à área a dois oficiais, Gulla e Mallaziti, que atacaram Millawanda, onde foram vitoriosos e voltaram a Hatusa com grande espólio e prisioneiros. Arzawa atacou então a parte de Mira que permanecia nas mãos de Mashwiluwa, que era cunhado de Mursili: o primeiro ataque foi sobre a cidade de Impaya e o rei de Mira rechaçou os atacantes, mas não os derrotou. Acima, representação de um guereiro de Ahhaiyawa num vaso hitita. Então o rei de Arzawa atacou Hapanuwa. Enquanto isso, Mursili voltara ao norte contra os kaskas e operava na região de Ishupitta; a cidade kaska de Pishuru conseguiu a hegemonia e reconstruiu a cidade de Palhwisa, que Mursili incendiou no ano anterior, e o rei hitita incendiou-a pela segunda vez; os kaskas ocuparam então a cidade de Kuzastarina, que Mursili atacou e reconquistou, então, avançou até a cidade de Anziliya e conquistou os territórios das proximidades. Abaixo, os reinos da Anatólia ocidental (oeste do Império Hitita).


Depois dirigiu seu exército contra Arzawa; no monte Lawasa, perto do rio Sehiriya, soube que um grande raio caiu no palácio da Apasa e feriu a Uhha-Ziti. Seguiu adiante e na cidade de Sallapa encontrou-se com os contingentes enviados de Carquemis por seu irmão Sarri-Kusuh e seguiram juntos. Na cidade de Aura encontraram com Mashwiluwa que o informa dos efeitos do raio, provavelmente um meteorito (um objeto que era o resto de um meteorito se adorava em Éfeso ainda no século I, quando chegou ali o Apóstolo Paulo). O rei de Arzawa enviou contra os hititas a seu filho Piyama-Kurunta e os dois exércitos encontraram-se no rio Astarpa perto da cidade de Walma; os de Arzawa foram derrotados e se retiraram em desordem até Apasa perseguidos pelos hititas. O rei subiu em um barco e fugiu da cidade, o seu filho Piyama-Kurunta fugiu de barco para Ahhiyawa e não se sabe se estava no mesmo barco com o pai. Mursili foi o primeiro rei médio-oriental que conquistou uma cidade da costa do mar Egeu. Os contingentes de Arzawa reorganizaram-se em dois grupos, uns no monte Arinnanda e outros na cidade de Puranda (o resto fugiu com o rei); Mursili decidiu atacar Arinnanda que estava em uma ilha e como não se podiam usar carros usou a infantaria para cercar a área , e, ao faltar-lhes comida e água, os de Arzawa renderam-se.
Segundo diz Mursili nos seus Anais capturou 15500 civis na campanha. Ao lado, hititas "conduzindo" prisioneiros. Em seguida começou a cercar Puranda e ofereceu a rendição, que foi rejeitada e como já começava o inverno e a nevar, os hititas foram obrigados a levantar o cerco e passar o inverno em uma fortaleza no rio Astarpa. Naquele inverno Uhha-Ziti morreu da ferida do meteorito. Seu filho Piyama permaneceu no exílio, mas outro, Tapalazunawali, foi na primavera seguinte à terra firme e entrou em Puranda. Mas os ataques hititas iriam se reiniciar.

REFERÊNCIAS:

http://www.hittites.info/history.aspx?text=history/Early+Late+Empire.htm#Mursili2
http://gl.wikipedia.org/wiki/Mursilis_II
http://es.wikipedia.org/wiki/Mursil_II
http://ca.wikipedia.org/wiki/Mursilis_II

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