sexta-feira, 11 de setembro de 2009

MUWATTALLI II (1293 – 1271 a.C.) – Parte 3

A região da Síria era de grande importância econômica. Egípcios e Hititas se enfrentaram várias vezes pela posse dessa região, onde a cidade de Kadesh tinha importância estratégica e ficava na zonoa limítrofe dos Impérios Egípcio e Hitita. Durante o reinado de Muwatalli II o Faraó Seti I tentou infrutiferamente dominar a região que continuou sob vassalagem aos Hititas. Seu sucessor Ramsés II (1279 – 1213 a.C., imagem acima) intentou dominar a região e disso resultou uma das batalhas mais conhecidas do mundo antigo: a Batalha de Kadesh. Abaixo, região do conflito.
No quarto ano do seu reinado (cerca de 1275 a.C.), Ramsés II visitou a Fenícia e fixou marcos fronteiriços nos limites de seu império na Ásia. Ao fazê-lo, avançou intencionalmente sobre terras que Tutmés III (1479 – 1425 a.C.) conquistara no passado, mas que depois foram perdidas para os hititas, principalmente nos tempos de Aquenáton (1356 – 1336 a.C.). A intenção do Faraó era reconquistar Kadesh ao Egito e no ano seguinte avançou com um numeroso exército sobre o vale do rio Orontes.
Para deter a investida egípcia, Muwatalli II, mobilizou seu exército e convocou seus aliados: contingentes de Mitani, Arzawa, Masha, Pitassa, Arawanna, Karkisa, Lukka, Kizzuwatna, Carquemis, Ugarit, Khalap, Nuhase, Kadesh além de outros contingentes (de Hakpis, onde reina seu irmão, certamente, e provavelmente de Seha, Mira e Kuwaliya, Hallapa, Wilusa ...).
Toda essas hostes foram reunidas próximo à fortaleza de Kadesh, com o propósito de bloquear o progresso dos exércitos egípcios, os quais contavam com as tropas negras da Núbia (Sudão), que tanto terror inspiravam aos asiáticos, além de outros mercenários. Segundo historiadores, as forças hititas eram em maior número, mas as do Egito estavam melhor preparadas. Enganado pelo relato de prisioneiros hititas (que se deixaram capturar), Ramsés acreditou que Muwatali ainda se encontrava em Alepo, seguindo rumo a Kadesh.
Foi então que planejou capturar a fortaleza, antecipando-se à chegada das forças hititas. Acima, representação egícia dos espiões hititas de joelhos. Imprudentemente o Faraó avançou acompanhado apenas por sua guarda pessoal e uma divisão do exército (a de Rá) enquanto o grosso das hostes ficavam para trás. Próximo a Kadesh, Ramsés II percebeu que caíra em uma armadilha. Abaixo, representação egípcia da batalha.

Forças hititas, que haviam se ocultado ao norte da fortaleza, cortaram ao meio e dizimaram a divisão de Ra e tomaram o acampamento do Faraó, que cercado, teve que lutar pela própria vida, abrindo caminho à força, com seus carros, através da massa de carros inimigos, para juntar-se à divisão Ptah, que corria em seu auxílio. Com a chegada das outras divisões, as forças egípcias desbarataram os carros hititas, empurrando-os para o rio, em cujas águas muitos pereceram. Nesse dia tombaram: Kameyaza e Todal (chefes dos tuhiru), Garbatusa, Samirtusa, Mezarima, Zauazasa (chefe dos tuisas), além do próprio irmão do rei hitita, Sapajar. Abaixo, ilustração do embate entre as forças hititas e egípcias.


Diante do fracasso de sua estratégia, Muwatali retirou-se com o resto de seu exército para o norte, enquanto os egípcios, exaustos e com pesadas baixas, não se dispuseram a persegui-lo. Ramsés preferiu retornar ao Egito, onde ele e seus generais trataram de divulgar o resultado da batalha como uma retumbante vitória. Porém, Kadesh continuou sob domínio hitita. Em termos estratégicos, a Batalha de Kadesh terminou sendo um "empate técnico". Os hititas foram derrotados em combate, mas impediram o avanço egípcio no vale do Orontes.
Após a Batalha de Kadesh, Muwatalli combateu então os pequenos reis locais da Síria. Amurru teve que submeter-se novamente e o rei Ben-Teshina foi derrubado e posto em seu lugar um tal Sapili.
O rei ainda conquistou Apa (Damasco?) mais ao sul, e depois retornou a Hati. Ben-Teshina, deportado, ficou sob os cuidados de Hatusili em Hapkis. Ao lado, selo real de Muwatalli II.
Hatusili ao voltar a seu país passou por Lawazantiya onde fez oferendas à deusa Saushka e casou-se com Pudu-Hepa, irmã de Pentib-Sarria, grande sacerdote de Lawazantiya, casamento que talvez não teve a aprovação real. Depois voltou para o norte, ao seu reino de Hakpis onde fortificou Hawarkina e Dilmun, mas estourou uma revolta contra ele. Hattusili, na falta de ajuda do Grande Rei, convocou seus aliados kaskas e esmagou a rebelião. Durmitta, Ziplanda, Hattena, Hakpis, Istahara e outras cidades seriam restauradas e repovoadas. Parece que Hattusili chegou a administrar até Hatusa, a antiga capital.
Ao morrer Muwatalli II as disputas sucessórias foram importantes. Urhi-Teshup, filho de segundo escalão, sem esperanças de sucessão, viu-se empurrado por circunstâncias especiais a uma posição em que parecia o herdeiro aparente. Finalmente foi o sucessor adotando também o nome monárquico de Mursili (III). Abaixo, o Império Hitita sob Muwatalli II.



REFERÊNCIAS:

http://www.hittites.info/history.aspx?text=history/Middle+Late+Empire.htm#Muwatalli2
http://gl.wikipedia.org/wiki/Muwatallis_II
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kadesh

http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Kadesh

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