quinta-feira, 30 de abril de 2009

ALLUWAMNA (c. 1500?)

Alluwamna era casado com Harapšili, filha de Telipinu. Ao lado, selo real de Alluwamna. Tanto Alluwamna como Harapšili foram banidos para Malitaškur por associarem-se a um homem chamado Sanku, que tinha cometido o crime de reter o tributo de grão e vinho. Como Telipinu não teve filhos varões, sua sucessão se deu pelo esposo de sua filha mais velha e assim Alluwamna alçou ao poder. Mas esse é um período sombrio e de documentação escassa. Alguns estudiosos pensam que Tahurwaili reinou antes de Alluwamna e que o rei posterior, Hantili II, seja seu filho. Alluwamna governou durante um lapso de tempo indeterminado, nos chamados anos escuros da monarquia hitita (período também conhecido como reino intermediário). Alguns estudiosos sugerem que morreu assassinado pelo seu sucessor, Tahurwaili; outros que foi sucedido por seu filho Hantili II.
Nesse período os reinos de Mitani e Kizzuwatna se expandiram, haja vista o poder hitita estar enfraquecido(mapa abaixo).


REFERÊNCIAS:
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fMiddle+Empire.htm#Alluwamna
http://gl.wikipedia.org/wiki/Alluwamnas

quarta-feira, 29 de abril de 2009

TELIPINU (1525 – 1500 (?) a.C.)

Telipinu é normalmente considerado o último rei do Antigo Império Hitita. Para outros eruditos, o Médio Império começa com Tudhaliya II. Não há nenhum verdadeiro intervalo na história hitita entre Telipinu ou Tudhaliya II, embora o reino de Tudhaliya II realmente mostre a introdução de muitas influências dos hurritas anteriormente não vistas na terra de Hati. Ao lado, selo de Telipinu.
Telipinu, rei dos hititas, sucedeu ao seu cunhado Huzziya I após dar um golpe de estado e governou durante um período estimado de 25 anos. Ištapariya, era sua esposa, irmã em primeiro grau sucessório de Huzziya I. Ela tinha o sangue real e não Telipinu. Ela foi morta em uma intriga política bem como seu filho Ammuna. Também são mencionados nas fontes hititas como seus parentes: Harapšili, filha, nome também escrito como Hrapšeki, casada com Alluwamna. Tanto o Alluwamna como Harapšili foram banidos por associarem-se a um homem chamado Sanku, que tinha cometido o crime de reter um tributo de grão e vinho. Um certo filho Tahurwaili também é mencionado nas fontes. Ao lado, ilustração de guerreiro hitita. O Rei Huzziya tentou matar Telipinu e Ištapariya, mas Telipinu recebeu um informe sobre essa nefasta intenção e expulsou Huzziya e os seus cúmplices, assumindo o trono. Ao contrário de seus antecessores, ao assumir ao trono não ordenou assassinar ao seu predecessor imediato, antes conformou-se em desterrá-lo.
Telipinu parece ter crido firmemente que uma das razões da decadência do reino hitita era o contínuo derramamento de sangue dentro da família real e propôs-se a evitar ao máximo as chacinas dinásticas. Enquanto assegurou a ordem interna, Telipinu intentou obrigar às cidades que se rebelaram durante os conflitos dinásticos a retornarem à obediência hitita, logrando alguns êxitos. Ele destruiu a cidade de Hashuwa e derrotou Luhha, mas teve que conformar-se com as perdas das terras de Arzawa, as terras além dos Montes Tauro (principalmente Kizzuwatna) e a Síria. Entre suas guerras destacam-se várias campanhas militares contra o reino de Kizzuwatna, que se formou na fronteira com a Síria durante os tempos de Ammuna. Ishputahshu de Kizzuwatna reclamou o título de Grande Rei e seu reino foi poderoso no século seguinte. Mas estas campanhas obrigaram a Kizzuwatna a assinar uma aliança com Telipinu sendo este o primeiro tratado internacional entre dois Estados de que se tem notícia. Abaixo, mapa do Império Hitita nos tempos de Telipinu.

Após estes êxitos na política exterior, e devido ao provável assassinato da sua mulher e um dos seus filhos, Ammuna (que não deve ser confundido com o rei anterior homônimo), Telipinu concentrou-se em estabelecer normas claras de sucessão que evitassem o derramamento de sangue. O Rei procura consolidar a ordem interna proclamando um édito através do qual fornece uma série de reformas com o objetivo de reforçar a monarquia e, assim, uma estabilidade interna que permitisse grandes empresas em matéria de política externa. O Édito ou Proclamação de Telipinu, como ficou conhecido esse documento, salienta entre as leis que regulamentam a sucessão o princípio da primogenitura, ainda que deixe liberdade ao Rei para escolher qual de todos os seus filhos havia de sucedê-lo, bem como a criação de um Conselho (pankush) com poder para julgar casos de traição, de crimes de sangue no interior da família real e até mesmo crimes violentos cometidos pelo rei. O preâmbulo histórico com a lei também serve como uma fonte para a compreensão do passado do reino hitita, de acordo com a visão oficial dos acontecimentos. É um documento importante, já que inclui uma justificação com abundante material histórico, que ajudou a estabelecer os feitos de monarcas anteriores. O texto chegou até nós em uma versão escrita em acadiano (muito fragmentada) e várias cópias da sua tradução em hitita. Telipinu assim justifica essa regulamentação:
“Quando eu, Telipinu, me sentei sobre o trono de meu pai, fui para a cidade de Hashuwa para uma campanha e aniquilei a cidade de Hashuwa e o meu exército na cidade de Zizzilippa e em Zizzilippa teve lugar uma batalha. O derramamento de sangue da família real tinha afluído em demasia. A Ishtapariya, a rainha, mataram. E depois também mataram Ammuna, filho do rei. E os homens de deus andavam dizendo: "Olha, o derramamento de sangue em Hatusha tem afluído muito." Então eu, Telipinu, convoquei uma assembléia em Hatusa. E desde então em Hatusha não se faz dano a um filho da família real nem se desembainha um punhal contra ele” (§§ 24 e 27).
Telipinu morreu sem deixar descendentes varões, sendo assim, segundo as normas do seu próprio Édito, o herdeiro foi um dos seus genros, Alluwamna. Alguns estudiosos entendem, entretanto, que Telipinu foi sucedido por Tahurwaili. Acima, relevo de representando um guerreiro hitita.
REFERÊNCIAS:
http://gl.wikipedia.org/wiki/Telibinus
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fMiddle+Empire.htm
http://www.cervantesvirtual.com/portal/Antigua/hatti_textos.shtml

HUZZIYA (c. 1530-1525 a.C.)

Ao lado, selo real de Huzziya. Embora tivesse o sangue real por meio do seu pai, parece que Huzziya não foi primeiro na linha à sucessão, pois quando do falecimento de seu pai, o Rei Ammuna, ele mandou matar seus irmãos Tittiya e Hantili. Sob o comando de Huzziya, Zuru, o Chefe dos Guardas do Palácio, enviou Tahurwaili, um Homem da Lança de Ouro, para matar Tittiya e a sua família, inclusive seus filhos, e enviou Taruhšu, um mensageiro, para matar Hantili e seus filhos.Isto provavelmente significa que Tittiya e Hantili tinham mais legitimidade ao trono por serem mais velhos ou por sua ascendência materna. Outros irmãos, não nomeados, não foram mortos, talvez, por serem mais jovens e terem o apoiado na usurpação.
Sendo assim, Huzziya I, Grande Rei (Tabarna) dos hititas, sucedeu a Ammuna e governou durante um breve período de tempo, mas que não se conhece com exatidão. Após pouco tempo no poder, Huzziya perdeu o trono diante de uma rebelião encabeçada pelo seu cunhado Telipinu que, embora não o matasse, o destronou e o desterrou assumindo o trono.
Huzziya tinha cinco irmãos que Telipinu também exilou por apoiar Huzziya quando ele tentou matar Telipinu. Durante o reino de Telipinu, Huzziya I e seus cinco irmãos foram mortos por Tanuwa, um dos ministros de Estado, supostamente sem o conhecimento de Telipinu. Os agentes de Huzziya que haviam matado os filhos de Ammuna foram condenados à morte pelo Conselho hitita (pakush), mas Telipinu os condenou a serem agricultores.


REFERÊNCIAS:
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fMiddle+Empire.htm
http://gl.wikipedia.org/wiki/Huzziyas_I
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fEarly+Empire.htm#Huzziya1

terça-feira, 28 de abril de 2009

AMMUNA (1550 – 1530 a.C.)

Ammuna, rei dos hititas, governou o país durante cerca de 20 anos após assassinar ao seu antecessor e pai, Zidanta I. Casado com Tawanna, seus filhos foram Tittiya, Hantili e Huzziya que o sucedeu matando estes seus irmãos. Outros filhos não nomeados de Ammuna apoiaram a revolta de Huzziya e permaneceram durante seu reinado. Abaixo, machado de Ammuna cuja inscrição reza: “o Tabarna (Grande Rei) Ammuna. Aquele que modifica a verdade da palavra morrerá.”


Estas desordens dinásticas, unidas a uma grave seca, debilitaram muito o Reino e permitiram aos seus vizinhos, sobretudo na Anatólia ocidental, pegarem em armas contra os hititas, o que provocou a rebelião de algumas das cidades conquistadas pelos seus antecessores, como Tipiya, Hapisna, Parduwata ou Hahha, o que possivelmente privou os hititas das rotas para a Síria. Uma crônica fragmentária do reino de Ammuna é conhecida. Os anais parecem indicar que Ammuna com sucesso pilhou Nesha, mas teve que lutar contra ela logo depois. Ele também parece ter lutado contra a cidade de Šattiwara, a Terra do Rio Hulanna e a cidade de Šuluki. Zalpa também é mencionada, como é Purušhanda, que poderia ter estado no lado de Ammuna. Esses são todos presumivelmente localizados nas terras principais dos Hititas, que dá crédito ao retrato de Telipinu sobre a fraqueza da monarquia hitita durante o reino de Ammuna. Ele perdeu Arzawa (= Luvia), Pala e Kizzuwatna (= Adaniya = Cilícia). O Édito de Telipinu diz sobre seu governo: "Ammuna se tornou rei. Mas os deuses reclamados pelo sangue de seu pai Zidanta. E em suas mãos grãos, vinha, bovinos, ovinos não prosperaram. Se perdiam sob a sua mão" (§ 20) Abaixo, o Império Hitita no tempo de Ammuna.

À sua morte, provavelmente devido a causas naturais, sucedeu-o Huzziya I. A sua morte é explicitamente mencionada, mas não é especificada como se deu. Ele teve uma família numerosa, portanto, como Hantili I antes dele, poderia ter morrido de velhice. Esta idéia é, além disso, apoiada pelo fato de que seu filho, Huzziya, foi capaz da execução uma série de assassinatos no momento da morte iminente de Ammuna que assegurou a sua acessão ao trono.

REFERÊNCIAS:
http://gl.wikipedia.org/wiki/Ammunas_I
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fEarly+Empire.htm#ammuna
http://www.cervantesvirtual.com/portal/Antigua/hatti_textos.shtml

ZIDANTA I (c. 1550 a.C.)

Genro de seu antecessor, Hantili I, participou do assassinato de Mursili I que permitiu ao seu sogro alcançar o poder. Diz o Édito de Telipinu que "Zidanta conspirou com Hantili e cometeram uma má ação: mataram a Mursili e perpetraram um feito sangrento" (§ 11). Era casado com a filha de Hantili cujo nome só se sabe o fragmento final: sha ou ta. Tinha um filho chamado Ammuna e talvez Zuru, chefe da guarda pessoal de Ammuna, fosse também seu filho. Teve uma filha, Ishtapariya, que casou-se com o posterior rei hitita Telipinu. Abaixo, imagens hititas de touros sagrados chamados Seri ("dia") e Hurri ("noite") do 16º século a.C.

Transcorridos trinta anos de reinado de Hantili I, assassinou a este e a alguns dos seus descendentes para alcançar o trono hitita. Zidanta matou Pisheni, o herdeiro legítimo, e os filhos deste e seus servos. De sua conspiração contra o sogro reza o Édito: "E quando Hantili chegou a Tegarama, começou a dizer: «O que eu faço? Porque é que eu ouvi as palavras de Zidanta, meu genro?». Logo que chegou ao poder como rei, os deuses reclamaram pelo sangue de Mursili. Quando Hantili tornou-se velho e estava prestes a tornar-se um deus, Zidanta matou Pisheni, filho de Hantili, juntamente com seus filhos. Ele também matou a seus principais servos" (§§ 13 e 18). Dado que ele se tinha casado com uma filha de Hantili, a dinastia real foi mais uma vez conservada pela linha feminina.
Zidanta I, rei dos hititas, governou durante um período de tempo indeterminado, aproximadamente na década de 1550. Não se conhece muito de seu reinado, já que não há maiores provas documentais e foi rapidamente assassinado pelo seu filho, Ammuna. "Zidanta tornou-se rei. Mas os deuses reclamaram pelo sangue de Pisheni. Os deuses transformaram Ammuna, o seu próprio filho, em seu inimigo. E este matou Zidanta, seu pai" (Édito de Telipinu § 19).


REFERÊNCIAS:

http://gl.wikipedia.org/wiki/Zidantas_I
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fEarly+Empire.htm#Zidanta1
http://www.cervantesvirtual.com/portal/Antigua/hatti_textos.shtml

segunda-feira, 27 de abril de 2009

HANTILI I (1590 – 1560 a.C.)

Seu nome provavelmente significa "Primeiro" ou "Dianteiro”. Era casado com Harapshili, irmã de Mursili I, sendo conhecidos sua filha da qual o nome só foi preservado o fragmento final: sha ou ta e seu filho Pisheni.
Hantili I usurpou o trono assassinando, com a ajuda do seu genro Zidanta, ao seu predecessor e cunhado Mursili I quando este retornou de uma campanha militar na Síria.
Apesar de desconhecidos muitos detalhes do seu reinado, este provavelmente abarcou o período compreendido entre 1590 e 1560. Abaixo, ilustração do exército hitita em marcha com prisioneiros.

Começou o seu reinando continuando as campanhas na Síria que tanto sucesso tiveram nos tempos de Hattusili I e Mursili I, mas logo sofreu uma série de invasões hurritas, que saquearam grande parte do reino hitita. Seu reinado terminou quando foi assassinado, junto ao seu filho Pisheni e seus netos, por Zidanta, seu genro e cúmplice na conspiração contra Mursili I. Zidanta o sucedeu. O Édito de Telipinu assim se pronuncia sobre Hantili: "Hantili era copeiro e tinha a Harapshili, a irmã de Mursili, por esposa. Zidanta conspirou com Hantili e cometeram uma má ação: mataram a Mursili e perpetraram um feito sangrento. Hantili tevo medo: «Seguirei estando protegido em diante? Os deuses o tem protegido». Aonde ia, a população se tornava rebelde. As cidades de Ashtata, Shukziya, Hurpana e Kargamish deixaram de enviar regularmente tropas a terra de Hantili. E quando Hantili chegou a Tegarama, começou a dizer: «O que eu faço? Porque é que eu ouvi as palavras de Zidanta, meu genro?». Logo que chegou ao poder como rei, os deuses reclamaram pelo sangue de Mursili. Quando Hantili tornou-se velho e estava prestes a tornar-se um deus, Zidanta matou Pisheni, filho de Hantili, juntamente com seus filhos. Ele também matou a seus principais servos”( Édito de Telipinu §§ 10-18)
REFERÊNCIAS:
www.yorumkat.com
http://gl.wikipedia.org/wiki/Hantilis_I
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fEarly+Empire.htm#Mursili1 http://www.cervantesvirtual.com/portal/Antigua/hatti_textos.shtml

MURSILI I (1620-1590 a.C.)

Mursili I foi rei dos hititas após a morte de Hattusili I. Era filho de Hashtayara, filha do Grande Rei, com Maratti. Sua esposa chamava-se Kali. Ao lado, selo real de Mursili I.
Segundo sabemos por um documento denominado como "Lamentações de Hattusili", Hattusili I escolheu ao seu neto Mursili ao invés dos “ingratos" de seus filhos para sucedê-lo. Tendo Mursili subido ao trono ainda menor, um regente foi designado para ele chamado Pimpira. Este Pimpira escreveu um texto de instrução a Mursili. Estreitou os débeis laços que uniam a confederação de cidades-estado e incorporou estas ao Império Hitita, chegando a ser a terceira potência do Oriente Médio, junto a Babilônia e Egito. Continuou a política expansionista derrotando aos hurritas e destruindo o reino de Alepo, em cuja empresa fracassara Hattusili. Fez uma incursão militar contra a cidade de Babilônia no ano de 1595. A Crônica Babilônica registra que o “o homem de Hati marchou contra a terra de Acade”. Mas, Mursili (ilustração ao lado) não poderia manter uma cidade situada a dois mil quilômetros de Hatusa, a capital hitita, e muito menos incorporá-la ao Império. Esta incursão corresponde com o fim da dinastia dos amorreus sob a Babilônia cujo último rei foi Samsuditana. Ignora-se se este fato foi conseqüência da expedição de Mursili ou uma simples coincidência. Ao concluir a campanha Mursili regressou a Hatusa. No seu regresso, foi atacado pelos hurritas, mas conseguiu defender as suas mercadorias pilhadas, inclusive o ídolo de Marduk, a deidade patronal da Babilônia. De suas campanhas, o Édito de Telipinu afirma: "Quando Mursili chegou a ser rei em Hatusa, igualmente seus filhos, seus irmãos, seus parentes, seus consangüíneos e seu exército estavam unidos, submetia com seu braço o território inimigo. E foi devastando os territórios, deixava os territórios sem poder e fazia do mar suas fronteiras. Marchou contra a cidade de Halpa e aniquilou Halpa e levou consigo cativos e bens de Halpa para Hatusa. Em seguida marchou a Babilônia e aniquilou Babilônia. Combateu aos hurritas e levou consigo cativos e bens de Babilônia para Hatusa" (Édito de Telipinu §§ 8-9).Abaixo, a campanha de Mursili I contra a Babilônia.


Pouco depois, em 1590, morreu vítima de um complô encabeçado pelo seu cunhado Hantili I, que se torna o novo rei hitita. Da conspiração contra Mursili I, reza o Édito: "Hantili era copeiro e tinha a Harapshili, a irmã de Mursili, por esposa. Zidanta conspirou com Hantili e cometeram uma má ação: mataram a Mursili e perpetraram um feito sangrento” (Édito de Telipinu §§ 10-11).

REFERÊNCIAS:
http://www.cervantesvirtual.com/portal/Antigua/hatti_textos.shtml
www.civfanatics.com
http://gl.wikipedia.org/wiki/Mursilis_I
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fEarly+Empire.htm#Mursili1

domingo, 26 de abril de 2009

HATTUSILI I (ca. 1650 – 1620 a.C.)

Hattusili I, também conhecido como Labarna II, foi o 2 º rei dos Hititas. Destacou-se como conquistador e a marcha de seus exércitos marcariam a história dos povos vizinhos. Ao lado, selo real de Hattusili I.
Como se deu a sucessão de Labarna I por Hattusili I não é claro. Labarna I tinha subido ao trono como o filho do rei PU-Sarruma, embora fosse seu genro casado com sua filha Tawananna, que tornara-se herdeira do trono após PU-Sarruma deserdar seu filho Papahdilmah. Após a morte Labarna I, Hattusili reivindicou ao trono, por ser de sangue real e descendente direto do antigo rei PU-Sarruma. Parece que Hattusili era o filho do deserdado Papahdilmah ou de outro filho de PU-Sarruma, pois nos seus próprios Anais ele se descreve como “filho do irmão de Tawannanna”. A herança transmitia-se de pai a filho e do mais velho ao mais novo, porém, quando não havia sucessão nessa regra, esta seguia pelo filho varão mais velho da irmã; neste caso é preciso supor que Tawananna, que era a herdeira principal pelo seu pai, não teve filhos; logo, a herança passou ao sobrinho; Papahdilmah é o único irmão conhecido da rainha, sendo certo que havia outros. Sendo assim, não está determinado quem foi o pai de Hattusili.Abaixo, reconstrução computadorizada da cidadela real de Hatusa, capital do Império Hitita a partir de Hattusili.

O nome Hattusili é de origem hatita e quer dizer "homem de Hatusa". Os títulos que ostentou foram: Grande Rei (Tabarna), rei de Hati, Senhor de Kussara e Meu Sol. Labarna foi o seu nome de reinado e seu título real principal, daí Hattusili ser também conhecido como Labarna II. A sua mulher foi Kaddush e se conhece dos seus filhos o seguinte: Huzziya, governador de Tappaššanda, foi deposto por rebelar-se contra o pai; Labarna, filho adotado por Hattusili de uma irmã que depois foi rejeitado; Hastayar, que foi a mãe de Mursili I, que o sucedeu; e outra filha de nome desconhecido.
Hattusili gostava de comparar-se a um leão. Depois dele, porém, os reis dos Hititas não mantiveram esse hábito. O conceito que Hattusili tinha da realeza foi estreitamente vinculado a um comportamento justo. Ele não foi o único rei hitita a seguir esse conceito, mas ele acentuou-o mais do que qualquer outro rei; embora muito religioso ele não atou esta moralidade aos deuses quando ele escreveu sobre o comportamento adequado.
Os anais de Hattusili I (as chamadas “Crônicas do Palácio”) relatam suas campanhas militares que expandiram o Império Hitita fundado por Labarna I.
Em seu primeiro ano, voltou-se para o norte e atacou Sanawitta ou Sanahwitta, cidade em que PU-Sarruma designara herdeiro a Labarna I; assolou o seu território e estabeleceu uma guarnição nas imediações, porém não entrou na cidade; em seguida atacou Zalpa ou Zabar, que destruiu, capturando alguns carros de combate, que ofereceu como troféu à deusa solar de Arinna; também fixou oferendas no templo da deusa Mezulla, uma das nove deidades de Zalpa. Abaixo, baixo relevo em Yazilikaya, Turquia, mostrando as divindades hititas Hatti, Arinna, Mezulla e Zintuhi.

Ao seguinte ano voltou-se para o sul e passou por Adaniya e entrou na Síria por Alalakh, onde era rei Ammitaqu, que era vasalo de Ammurapi de Alepo, cidade que foi destruída; então dirigiu-se a Waršuwa (ou Uršou) governada por um rei (chamado talvez "o servidor do deus das tormentas") supostamente vasalo de Karkemish (Carquemis), a qual assediou. A cidade parece que teve a ajuda do rei de Alepo, do rei de Zaruar, do rei de Zuppa e dos hurritas, porém foi finalmente foi ocupada pelos hititas; depois, Hattusili I passou para Ikakali e ao final Teushiniya (ou Tishiniya).
Ao terceiro ano dirigiu-se ao ocidente, a Arzawa, porém não conseguiu ocupar nenhuma cidade limitando-se a saques de colheitas e gado. Não se menciona nenhuma derrota militar, porém talvez esta tenha acontecido, já que os hurritas invadiram os domínios hititas ao leste, e outras terras hititas vão se rebelar; depois das várias campanhas o rei só dominava Hatusa. A crônica diz que com ajuda da deusa solar de Arinna começou a reconquistar as terras perdidas: primeiro Nenasa (a moderna Ak Saray), que lhe abriu as portas. Abaixo, ilustração de guerreiros hititas (2 e 3) e um guerreiro sírio.

Depois travou duas batalhas contra Ulma ou Ullumma (ao sul do país, não localizada), que foi destruída; volveu-se então ao norte com os despojos da guerra (sete deidades, um boi de prata e a deusa Katiti do monte Hapilanni), que ofereceu à deusa de Arinna, e o resto do despojo ofertou ao templo da deusa Mezulla. Depois foi a Sallahsuwa, ao sul, onde os seus partidários se rebelaram para renderem-se posteriormente; depois o rei retornou a sua capital. No ano seguinte lutou contra Sanahuitta, ao norte ou nordeste de Hatusa, que destruiu ao sexto mês e tornou a oferendar o despojo à deusa de Arinna. Derrotou aos carros de combate da Terra de Abbaya e em seguida atacou a cidade de Parmanna, que encabeçava uma coalizão contra o rei hitita e que foi derrotada sem resistência. O último fito da sua campanha foi a conquista e destruição de Alakhkha, cidade de localização desconhecida até agora. Abaixo, extensão do Império Hitita sob Hattusili I.

O quinto ano renovou a campanha da Síria: depois de destruir a cidade de Zaruna, as tropas hititas liderados por Lepalsh, general e chefe da guarda real, e por um chamado "filho de Karahnuilis", funcionário da corte, combateu contra a cidade hurrita de Hasu, ao leste do Eufrates (que provavelmente era o reino conhecido em assírio como Reino de Mama). Ammurapi II, rei de Iamkhad (Alepo), filho de Yarim-Lim III, enviou aos seus generais Zukraše e Zaludi com forças para ajudarem a defesa da cidade, porém foram derrotadas por Hattusili nas montanhas Adalur (Os Montes Amano) e cruzou o Eufrates (foi o primeiro rei hitita a fazê-lo) e destruiu Hasu, e retornou a Hattusa com despojos, oferecendo-os ao templo do deus das tormentas. Depois marchou contra Tawanaga e capturou ao seu rei e decapitando-o; em seguida destruiu Zippasna e ofereceu o despojo à deusa de Arinna, e depois foi contra Hahhu (ou Hakhkhu) que conquistou depois de três combates aos arredores da cidade (outra vez o despojo foi para a deusa de Arinna). Abaixo, marcha dos guerreiros hititas.


A crônica de Hattusili detém-se nesta momento. Não se sabe quando foi submetido o reino de Arzawa (Anatólia ocidental), feito testemunhado historicamente. Também foi submetida Wilusa (Trôade). Arzawa era um reino formado pelo menos por cinco reinos (Arzawa, Mira, Hapalla, Rio Seha, e Wilusa) às vezes confederados e outras não. Wilusa foi a homérica Ílion, provavelmente a região da Trôade, porém sem incluir Tróia, que devia de ser um estado separado (Tróia em hitita é Taruisa ou Taruiša). A capital de Arzawa era Apasas, provavelmente Éfeso, e o reino era de população luvita. Arzawa não tardou em recuperar a independência, mas Wilusa permaneceu como aliada dos hititas como se testemunha pelos agasalhos enviados periodicamente desde Wilusa ao rei hitita.
Hattusili atacou novamente a Alepo, onde foi gravemente ferido. O reino de Alepo (Iamkhad) incluía o reino vasalo de Alalakh (que controlava o passo entre a Ásia Menor e a Síria). O reino de Alepo foi derrotado e alguns territórios ocupados, mas a capital não foi conquistada e Iamkhad acabou reduzida, entretanto, a um reino secundário.Abaixo, relevo com a representação de guerreiros hititas.

O rei retornou ferido a sua capital. Inicia-se o problema sucessório comum na Casa Real hitita. O seu filho Huzziya fora deserdado por rebelião contra o pai (as grandes casas de Tappasansa pediam exceções fiscais e arrastaram-no a uma revolta, que foi sufocada por Hattusili) e o seu sobrinho Labarna, adotado como filho sucessor, não mostrou suficiente interesse pela sua saúde e Hattusili referia-se a ele como "que só escuta as palavras dos seus irmãos, irmãs e da sua mãe, uma serpente"; decidiu deserdá-lo: enviou-o a um templo e nomeou-o sacerdote. As referências do Édito de Telipinu a Hattusili I dizem: “ Depois chegou a ser rei, Hattusili. Igualmente seus filhos, seus irmãos, seus parentes, seus consangüíneos e seu exército estavam unidos. Aonde ele ia a uma campanha, submetia com seu braço o território inimigo. E foi devastando os territórios, deixava os territórios sem poder e fazia do mar suas fronteiras. Quando regressava da campanha, cada um de seus filhos ia a um território. As grandes cidades estavam em suas mãos. Porém, depois, quando os servos do Príncipe tornaram-se falsos, começaram a devorar as suas casas, a andar conspirando contra seu senhor e a derramar seu sangue” ( Édito de Telipinu §§ 5-7).
O rei nomeou sucessor ao seu neto Mursili, filho de Hastayar, uma filha do rei, que o sucedeu.

REFERÊNCIAS:
http://www.cervantesvirtual.com/portal/Antigua/hatti_textos.shtml
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fEarly+Empire.htm#Hattusili1
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2FEarly+Empire.htm
http://gl.wikipedia.org/wiki/Hattusilis_I">http://gl.wikipedia.org/wiki/Hattusilis_I
http://www.yorumkat.com/

sábado, 11 de abril de 2009

LABARNA I (c. 1680-1650 a.C.)

Labarna é tradicionalmente considerado o primeiro Rei dos Hititas sendo o tradicional fundador do Antigo Reino Hitita (c.1680 – 1450 a.C.), embora a sua existência seja às vezes questionada por eruditos modernos.
Seu nome é de origem luvita (antigo idioma anatólico): Tabarna/Labarna parece ser uma formação baseada no adjetivo luvita tapar, "poderoso". Ele significa algo como "um soberano poderoso". A implicação é que "Labarna" pode ser um nome de trono, o que oculta o seu nome pessoal.
Sua rainha foi Tawannanna. Tawannanna é também uma palavra de empréstimo do luvita e significa algo como "a justa".
Labarna não foi primeiro na sucessão ao trono, sendo antes genro do Rei PU-Sarruma que o indicou Labarna como o seu sucessor depois que seus próprios filhos se revoltaram contra ele. Quando da morte PU-Sarruma, seus ministros e oficiais reconheceram o direito de Papahdilmah, filho de PU-Sarruma, à realeza de Hati e por isso o colocaram no trono em vez de Labarna. Esse, contudo, não admitiu isso, e desencadeou-se uma luta pelo trono entre o partido de Papahdilmah e o de Labarna, na qual Labarna saiu-se vitorioso. Papahdilmah e seus apoiadores pagaram um alto preço pela disputa, porquanto anos depois, quando o sucessor de Labarna proclamava um novo sucessor para o trono, ele evocava o fim dos inimigos de Labarna I: sua derrota e morte serviriam de exemplo a quem tentasse usurpar o trono.
O que se sabe sobre Labarna é oriundo do Édito de Telipinu, que afirma que ele esmagou os seus inimigos e até as bordas do mar, uma afirmação que pode referir-se a conquistas pela costa do Mediterrâneo ao sul da Anatólia e a costa do Mar Negro ao norte. Ele instalou seus filhos como governadores em várias cidades inclusive Tuwanuwa, Hupisna, Landa e Lusna (a identidade dessas cidades é incerta, mas se pensa ser, possivelmente, Tiana, Heraclea, Cibistra, Laranda e Listra). Pelas suas conquistas, ele foi responsável por lançar as bases do Império Hitita vindouro.
Abaixo, o Império Hitita sob Labarna I.


Labarna fez de uma cidade-Estado, Kanesh/Nesha, um império. Tal foi a grandiosidade do reino de Labarna I que a maioria dos reis hititas adotaram Labarna como título real (de forma análoga ao uso do título de César entre os imperadores romanos), o que leva a alguns historiadores a pensar que Labarna I não existiu realmente e que as referências do Édito de Telipinu deveriam atribuir-se a Hattusili I, que o sucedeu. O Édito diz de Labarna que "outrora havia o grande rei Labarna. Então seus filhos, seus irmãos, seus parentes, seus consangüíneos e seu exército estavam unidos. O território era pequeno, porém aonde ele ia a uma campanha, submetia com seu braço o território inimigo. E foi devastando os territórios, deixava os territórios sem poder e fazia do mar suas fronteiras. Quando regressava da campanha, cada um de seus filhos ia a um território" ( Édito de Telipinu §§ 1-3).

REFERÊNCIAS:

http://es.wikipedia.org/wiki/Labarna_I
http://en.wikipedia.org/wiki/Labarna_I
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fEarly+Empire.htm#Labarna1
http://www.cervantesvirtual.com/portal/Antigua/hatti_textos.shtml

OS SUCESSORES DE ANITTA (século XVII a.C.)

Os indícios históricos não asseguram quem sucedeu de fato o Rei Anitta de Kussara. Há informes que mencionam os nomes que seguem entre Anitta e Lubarna I, bem como de reis coevos de outras localidades.

PERUWA
Embora seja filho de Anitta, não é sabido se tornou-se rei ou não. Ele é referido como rabi simmiltim (chefe da Corte) sob o reino de Anitta.

ZUZZU
Ele é referido como rubâ'um(?), rubâ'um GAL, Grande Rei de Alahzina. Seu selo real tinha um touro no meio. Seu oficial (rabi simmiltim) era Ishtar-ibra. No fim do reino de Zuzzu, Kanesh foi destruída por um rei de Shalatiwara. Isso representa o fim das colônias comerciais assírias. Hatusa ascende como principal cidade da Anatólia, embora a Kanesh restaurada mantenha sua importância.
Abaixo, sítio arqueológico de Kanesh, atual Kupelte, Turquia.



HUZZIYA
Um Huzziya é mencionado no selo cruciforme de Mursili II antes de Labarna I e dá-lhe o título "Grande Rei". Talvez seja Huzziya, o rei de Zalpuwa, derrotado por Anitta.

TUDHALIYA I
Tudhaliya é um hipotético rei do pré-império dos Hititas. Ele teria reinado até o final do 17º século a.C. O estudioso Massimo Forlanini conjectura que este rei corresponde ao bisavô de Hattusili I. Hatusa era possivelmente a capital hitita durante o seu possível reinado.
Um Tudhaliya aparece na corte de Zuzzu como "Copeiro Principal" (em assírio, rab saq ē ; em hitita GAL LÚSAGI), uma alta posição, não-militar, provavelmente ocupada por membros da família real. Cronologicamente, isto pode fazer Tudhaliya ser enumerado como o pai de PU-Sarruma. Nesse caso então temos uma conexão vital entre o período colonial assírio e o período hitita.

PU-SARRUMA
PU-Sarruma (PU-LUGAL-ma, mPU-Šàr-(r ù)-ma, possivelmente representando Hishmi-Sharruma), é um hipotético rei do pré-império dos Hititas. A conjectura foi feita por Emil Forrer e não é comumente aceita. Hishmi-Sharruma corresponderia ao avô de Hattusili I e o pai de Labarna I e Papahdilmah, mencionado (mas não nominalmente) por Hattusili I. Ele teria reinado aproximadamente 1700 antes de Cristo.


REFERÊNCIAS:
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fHattic.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Tudhaliya
http://en.wikipedia.org/wiki/PU-Sarruma

sexta-feira, 10 de abril de 2009

ANITTA (século XVIII a.C.)

Anitta, rei de Kussara, filho de Pithana, foi considerado pelos hititas como um dos fundadores de sua linhagem real. Destacou-se como militar, conquistador e deixou registrado suas conquistas e as de seu pai na célebre Proclamação de Anitta, texto hitita e indo-europeu mais antigo até hoje encontrado. Abaixo, pedra com o texto cuneiforme da Proclamação de Anitta.

Quando assumiu o reino, transladou sua capital de Kussara para Kanesh. Ele tinha o título de rei de Kussara e depois de grande ruba’um, título comum dos reis hatitas. O seu rabi simmiltim (chefe da corte) foi Peruwa-kammaliya, que aparece também mencionado simplesmente como Peruwa. Anitta foi contemporâneo de Shamshi-Adad, rei da Assíria (c.1700 a.C.).
Anitta reinou aos finais do século XVIII e crê-se que foi ascendente de Hattusili I, o segundo grande rei hitita de Hatusa. Abaixo, adaga com inscrição que menciona sua pertinência ao palácio de Anitta.


No seu primeiro ano como rei atacou a cidade hatita de Hatusa ou Hattusha que era governada por Piyusti; apesar de ter ganho a batalha, isso não foi suficiente para derrotar definitivamente a Piyusti.
No segundo ano, Pyusti e as suas tropas auxiliares foram derrotados na cidade de Shalampa. Piyusti retirou-se e fortificou Hatusa. Anitta preferiu cortar as linhas de abastecimento da cidade e conquistá-la pela fome. Ao informar-se por espias que já não haviam guerreiros em Hatusa que pudessem empunhar armas, tomou-a de assalto à noite. Como mostra do seu poderio, Anitta destruiu a cidade e a encheu de maldições sagradas, e lançou sementes de zahheli, uma planta espinhosa. Diz-se que pronunciou um anátema no qual amaldiçoava o rei que viesse a reerguer Hatusa : “que o deus das tormentas e do céu o bote fora”. As riquezas que Anitta saqueou em Hatusa serviram-lhe para construir um grande palácio em Kanesh. Também ostentou o título de Grande Rei. Também conquistou Zalpa, no Mar Negro, e Purushanda, perto do Lago de Sal. O rei desta última foi à corte de Anitta, porém sua posição não deixava lugar a dúvidas em quanto ele estava submetido, como o mesmo Anitta explica no texto mencionado.
No chamado texto de Anitta (a Proclamação ou Crônica de Anitta), o texto mais antigo conhecido da língua hitita ao mesmo tempo que é o texto indo-europeu mais antigo conhecido, alenta-se a especulação de que tanto Anitta como Pithana, eram de origem hatita e oferece uma lista de cidades saqueadas por Pithana e detalha os seus feitos.
Sua sucessão é controversa: atribui-se a Peruwa, Zuzzu e ainda a Tudhaliya.


REFERÊNCIAS:
http://en.wikipedia.org/wiki/Anitta
http://gl.wikipedia.org/wiki/Anittas
http://www.hittites.info/translations.aspx?text=translations/historical%2fAnitta+Text.html (onde encontra-se uma tradução inglesa do texto de Anitta)

PITHANA (c.XVIIIº século a.C.)

Pithana foi rei hitita da cidade de Kussara, cuja localização precisa se desconhece ainda. Dele os reis hititas remontam sua linhagem (dinastia de Kussara). Durante o seu reino ele conquistou a cidade de Kanesh (Nesha), cidade hatita que era o coração da rede de colônias comerciais da Assíria na Anatólia e o núcleo dos futuros territórios hititas. Abaixo, as terras de Hatti
e arredores.


Segundo o relato de Anitta, Pithana investiu contra Kanesh com todas as suas forças capturando o seu Rei (possivelmente Warshama, filho de Inar), mas tratou a cidade com brandura: embora beligerante, Pithana procura fazer justiça. Sob o impulso do rei de Kussara, inicia-se na Anatólia um movimento de unificação política onde várias cidades-Estado são agrupadas sob um único comando. Pithana instaurou um arcaico, mas eficaz sistema de vassalagem, que se tornará a base do futuro Império Hitita. Foi o primeiro rei do Oriente Médio a ter o título de Grande Rei (Lugal Gal). Enfim, Pithana, de simples líder tribal de Kussara, vitorioso com suas operações militares faz com que a sua influência se estenda a muitas vilas, aldeias e cidades, começando uma possível pax kussarana, isto é, uma comunhão dos povos da Ásia Menor na região de Hati sob o governo de Pithana. Tal foi sua grandeza, ao ponto dos os membros da futura dinastia hitita alegarem laços e conexões com a cidade de Kussara.
Pithana foi sucedido por seu filho, Anitta, a quem levava desde criança para os campos de batalha e tornou-se também um grande rei.


REFERÊNCIAS:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pithana
http://it.wikipedia.org/wiki/Pithana

OS REIS DE HATI

Antes dos Hititas, os Hatitas dominaram as terras da Anatólia central (chamadas Hati) e tiveram seus reis. Abaixo, o disco hatita do Sol no Museu de Civilizações Anatólicas de Ankara, Turquia.



PAMBA (cerca de 23º/22º séculoS a.C.)

Pamba é o nome de um rei de Hati entre 22º e 23 º século a.C. Pamba é o nome mencionado em um relatório de Naram-Suen de Acade quando de uma batalha contra uma aliança de 17 reis, incluindo Pamba, rei dos Hatitas, e Zipani, rei de Kanesh (atual Kültepe). O texto é o mais antigo a mencionar o povo de Hati e chegou até nós uma cópia desse relatório de cerca de. 1400 a.C., quase um milênio mais tarde. Abaixo, ruínas de Kanesh.

HURMELI (c.- 1845?)
Rei de Kanesh. Seu título é rubâ'um que é equivalente a rei. Seu nome é hatita e significa “Homem de Hur(a)ma”. Seus oficiais foram Halkiashu e Harpatiwa que são designados como rabi simmiltim. O rabi simmiltim é o oficial principal cujo nome ocorre ao lado do soberano de Kanesh nos tabletes de Kültepe (a antiga Kanesh). A posição pode ser exercida pelo filho de um soberano. O título literalmente significa "o Chefe da Escadaria". A corte real permanecia junto à escadaria do palácio, portanto "o Chefe da Corte" é uma tradução mais significativa. Há indícios de que Harpatiwa parece ter governado independente de Hurmeli, mas não com o título de rubâ'um. Os indícios históricos mencionam como reis hatitas de Kanesh durante a Idade Média do Bronze na Anatólia (séculos XIX-XVII a.C.): Inar, cujo o rabi simmiltim foi Shamnuman e Warshama, filho de Inar.

ANUM- HERWA (séculos XVIII-XVII a.C.)

Anum-Herwa aparece como o Rei de Zalwar em anos 4º e 5º de Zimri-Lim, rei de Mari e como o Rei de Hashshum em anos 7º e 8º de Zimri-Lim. Anum-Herwa começou a sua carreira como um vassalo de Yarim-Lim de Yamhad e enfim tornou-se importante príncipe anatólio depois de tomar controle de Hashshum no sétimo ano do reinado de Zimri-Lim. Anum-Herwa ainda pode ter estado no seu trono já no período de vida de de Anitta, ancestral dos reis hititas.

PIYUSTI ( 17º século a.C.)

Piyusti ou Piyušti foi rei de Hatusa no 17º século a.C. Ele é mencionado no texto de Anitta como tendo sido derrotado por este em pelo menos duas ocasiões. Na primeira, no primeiro ano de Anitta, que aparentemente derrotou-o em batalha, mas não pode eliminá-lo. No segundo encontro, Piyusti e as suas tropas auxiliares foram derrotados na cidade de Shalampa. Piyusti retirou-se e fortificou Hatusa. Depois, Anitta foi capaz de assaltar a cidade de Hatusa à noite depois que os seus defensores foram enfraquecidos pela fome. Anitta destruiu completamente Hatusa e certamente Piyusti nesse episódio pereceu. Abaixo, mapa das principais cidades hatitas, posteriormente hititas, e nele se vê a importância da cidade de Kanesh como ponto de ligação entre várias cidades da Anatólia.

REFERÊNCIAS:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pamba_(king)
http://ancient-anatolia.blogspot.com/2006/09/hattians-first-civilization-in-anatolia.html
br.geocities.com/jazaupa/01zin9.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Piyusti
http://www.hittites.info/history.aspx?text=history%2fHattic.htm

OS HITITAS: RESUMO HISTÓRICO

Os hititas (imagem ao lado) eram um povo indo-europeu que se instalou e viveu na Anatólia central (atual Turquia) entre os séculos XVIII e XII a.C. Não se sabe como denominavam a si mesmos, mas chamavam seu país de “Terra de Hati”, expressão que tinha o sentido de “Terra da cidade de Hatusa” e são hoje comumente chamados de hititas a partir dos informes bíblicos, egípcios e assírios. São chamados de khetas na Odisséia de Homero ( séc. VIII a.C.). A Bíblia se refere aos hititas em diversas passagens nas quais os chama de heteus. Em Gêneses 10.15 (a famosa tabela das nações) é mencionado o primeiro antepassado dos hititas, Hete, filho de Canaã. Os hititas são contados desse modo entre os Cananeus. São descritos geralmente como pessoas que viveram entre os Israelitas, possuíam seus próprios reis e eram militarmente poderosos. Quanto ao seu nome e linguagem a Wikipédia informa: Hitita é um nome moderno, escolhido depois da (ainda discutida) identificação da monarquia de Hatusa com os hititas mencionados no Antigo Testamento. Em textos multilíngües encontrados em sítios hititas, as passagens escritas na língua hitita são precedidas pelo advérbio nesili (ou nasili, nisili), "na [fala] de Nesa (Kanes)", uma importante cidade da Anatólia oriental antes da ascensão do Império. Em um caso, aparece o rótulo Kanisumnili, "na [fala] do povo de Kanes". Embora o império hitita fosse composto de povos de muitos contextos étnicos e lingüísticos diversos, a língua hitita foi usada na maior parte dos seus textos seculares escritos. Apesar de vários argumentos a respeito da propriedade do termo, "hitita" permanece por convenção o termo mais corrente, embora alguns autores insistam em usar nesita". Até o final do século XIX, os hititas só eram conhecidos por citações no Antigo Testamento (filhos de Hete, Heteus) e somente as escavações arqueológicas trouxeram à luz a grandiosidade de uma das primeiras grandes potências da História antiga. Sua capital era Hatusa (Hattusha), atual Borgazköy, na Turquia.


Abaixo, sítio arqueológico de Hatusa


Abaixo, o Portal dos Leões em Hatusa


Reconstrução computadorizada da Cidadela Real de Hattusa


Falavam uma língua própria indo-européia a qual transcreviam em hieróglifos próprios e em empréstimos da escrita cuneiforme assíria. Sofreram influência da cultura da Mesopotâmia, como a escrita cuneiforme e deuses dos panteões dos povos vizinhos, e adaptaram essas influências a sua língua e civilização.

Escrita hitita em hieróglifos


Texto hitita cuneiforme

Inicialmente a terra deles era habitada pelos hatitas, "o povo de Hati", aos quais conquistaram. Os Hititas aglutinaram numerosas cidades-estado de culturas muito distintas entre si e chegaram a criar um influente império devido a sua superioridade militar e a sua grande habilidade diplomática, constituindo-se desta forma como a terceira potência no Oriente Médio (junto a Babilônia e ao Egito). Aperfeiçoaram o carro de combate ligeiro, ao qual empregaram com grande êxito; a eles se atribui uma das primeiras utilizações do ferro como objeto de luxo. A economia hitita estava baseada na agricultura e suas técnicas metalúrgicas eram avançadas para a época.

Carro de combate e guerreiros hititas


Representação dos guerreiros hititas num carro bélico



Os reis hititas assentavam seu poder na competência militar. Seu título comum era Tabarna (Grande Rei) e o rei atuava como sumo sacerdote, chefe militar e juiz principal da terra. O reino era administrado por governantes provinciais, geralmente membros da família real, que eram substitutos do rei. Em sua legislação as penas de morte eram reduzidas e quase sempre substituídas por indenizações. Construíram uma das primeiras bibliotecas e eram tolerantes com os povos conquistados em comparação com os cruéis assírios. Os êxitos mais relevantes da civilização hitita se encontram no campo da legislação e da administração da justiça.

Tableta contendo legislação hitita acerca do assassinato
de um mercador dentre outras disposições

A arte e a arquitetura hititas foram influenciadas por praticamente todas as culturas contemporâneas do antigo Oriente Médio e, principalmente, pela cultura babilônica. Apesar disso, os hititas alcançaram certa independência de estilo que assinalaram sua arte distinta. Os materiais de seus edifícios normalmente eram a pedra e o tijolo, embora também usassem colunas de madeira. Os numerosos palácios, templos e fortificações foram com freqüência decorados com relevos estilizados e intrincados, talhados nos muros, portas e entradas. Abaixo, exemplos da cultura hitita:

Reconstrução gráfica de um silo hitita de grãos em Hatusa Rhyton (espécie de cálice) em forma de touro
Deus Sol esculpido numa câmara das muralhas de Hatusa

Discos rituais solares


A religião hitita chegou a ser conhecida como “a religião dos mil de deuses”. Tinha numerosos deuses próprios e outros importados de outras culturas. Os estudiosos encontraram influência suméria, babilônica, assíria, hurrita, luvita e outras estrangeiras no panteão hitita. São de especial interesse alguns poemas épicos que contêm mitos, originalmente hurritas, com motivos babilônicos, entre os quais Teshub, o deus do trovão e da chuva, cujo emblema era um machado e Arinna, a deusa do sol. Outros deuses importantes foram Aserdus (deusa da fertilidade), seu marido Elkunirsa (criador do universo) e Saushka (equivalente hitita a deusa mesopotâmica Ishtar).
O rei era tratado como um escolhido dos deuses e se encarregava dos mais importantes rituais religiosos. Se algo não ia bem no país, podia-se culpá-lo se tivesse cometido o menor erro durante um destes rituais e mesmo os próprios reis participavam desta crença; por exemplo, Mursil II atribuiu uma grande praga que havia devastado o reino hitita aos assassinatos que levaram seu pai ao trono e realizou inúmeros atos para pedir perdão aos deuses.

Representação de doze deuses hititas do submundo

Representação de dois deuses hititas


Templo 1 de Hattusa:reconstrução gráfica e sítio arqueológico


Representação de um rei hitita e da deusa Hattusha



A história do Império Hitita é dividida em quatro períodos: Antigo Reino (c. 1680-1500 a.C.), Reino Intermediário (c. 1500-1400 a.C.), Novo Reino (c. 1400-1177 a.C.) e Período das Cidades-Estado (c. 1193-710 a.C.) quando os hititas já estão enfraquecidos. Em sua extensão máxima, o Império Hitita compreendia a Anatólia, o norte e o oeste da Mesopotâmia até a Palestina. Sua queda data dos séculos XIII-XII a.C. quando das invasões dos Povos do Mar e dos kaskas que levaram ao seu desaparecimento da História.

O Império Hitita em sua máxima extensão



REFERÊNCIAS:
http://es.wikipedia.org/wiki/Historia_de_los_hititas
http://es.wikipedia.org/wiki/Hititas
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_hitita
http://www.shoujohouse.clubedohost.com/Shoujo/hititas.html
http://www.hittites.info/Images/rekonstruktion_koenigsburg_hattusa.jpg http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-hitita/civilizacao-hitita.php
http://www.hattuscha.de/English